Tipologias Textuais: Critérios de textualidade

Critérios de textualidade

Existem critérios que garantem que um texto seja, de fato, um texto. Vejamos quais são:

  • Situacionalidade: que consiste em adequar a escrita à situação proposta. No caso do concurso, deve-se considerar a situação de avaliação da escrita de um texto.
  • Infomatividade: que consiste na capacidade de transmissão de uma informação pontual no texto. É preciso ter cuidado e equilibrar, ou seja, não é recomendável haver informação demais nem informação em falta dentro de um texto.
  • Intertextualidade: que consiste na capacidade de um texto dialogar com outros textos, ou seja, de apresentar estruturas comuns a um texto dissertativo, citações, reflexões provenientes de outras leituras.
  • Aceitabilidade: que consiste em o texto poder ser “aceito” na situação. Atenção à proposta, à tipologia e à temática são essenciais para garantir a aceitabilidade do texto.
  • Coesão: consiste na “amarração” dos elementos no texto por termos que garantam suas conexões. Isso se dá no emprego de pronomes, sinônimos etc.
  • Coerência: consiste na capacidade de não se contradizer e escrever um texto condizente com a lógica da temática, que possua progressão e ordem nas ideias.

Coesão

Como mencionado anteriormente, a coesão é um tipo de amarração dos termos de uma sentença, de modo que fiquem conectados e permitam ao texto progredir. Basicamente, estabelece-se coesão do texto utilizado pronomes, conjunções, sinônimos e outros elementos textuais de retomada.

Exemplo 1:

No país, há uma situação de preocupação relacionada ao PIB, o que gerou movimentação e apreensão por parte do Governo Federal.

Diante disso, surgiu a estratégia de crescimento que visava à isenção tributária para empresas que conseguissem aumentar a produtividade.

Exemplo 2:

Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da descoberta da mais-valia — ou do inconsciente, como queiram.

Coerência

A coerência de um texto consiste basicamente no sentido da construção. Esse sentido deve ser uno (único) e garantido pela relação estabelecida entre os elementos do texto,  pela progressão de ideias, pelo aprofundamento de conceitos, pelo critério de não-contradição no momento de construir os argumentos, pela fundamentação de ideias, pela consistência e pela relevância dos argumentos apresentados.

Em uma divisão simples, é possível dizer que a coerência se divide em duas partes mais simples: a coerência externa e a coerência interna. A coerência interna diz respeito ao arranjo das ideias que compõem o texto, ou seja, ao fato de não haver contradição entre aquilo que se defende / critica durante a composição da redação.

A coerência externa é a relação das ideias defendidas com o mundo em si, ou seja, a necessidade de se trabalhar com ideias plausíveis, não radicais e que não atentem contra os direitos humanos.

Há outros tipos de coerência, que – na realidade – são subdivisões daquilo que já foi expresso.

  • Coerência sintática: está relacionada com a estrutura que se emprega para a construção do texto. Isso quer dizer que é a parte da coesão que garante a coerência do texto. A eliminação de ambiguidades é um exemplo disso, bem como o emprego correto dos elementos de conexão.
  • Coerência temática: aquilo que se coloca em um texto deve ter relevância para a temática com que se trabalha. Trechos irrelevantes são desconsiderados pelo corretor, uma vez que não concorrem para a construção da argumentação ou dos sentidos do texto.
  • Coerência semântica: trata-se a análise da não contradição dos conceitos apresentados em um texto. Para garantir a coerência semântica, a revisão cuidadosa deve sempre estar presente.
  • Coerência pragmática: trata-se da concepção da intenção por trás do texto. Em um texto argumentativo, empregamos estruturas com a intenção de convencer alguém de alguma ideia ou de algum conceito. Nesse sentido, é importante tornar evidente a intenção comunicativa na composição da redação.
  • Coerência estilística: é relativa à variedade linguística que deve ser empregada na composição do texto. Como se trata de um texto para ser avaliado pelo corretor, a linguagem a ser empregada é a do padrão culto, sem apelar para preciosismos ou rebuscamentos desnecessários.
  • Coerência genérica: trata-se da escolha do gênero textual a que o texto deve pertencer. Isso depende do comando da redação na sua prova, mas usualmente se exige um texto dissertativo-argumentativo que solicita um posicionamento a respeito de algum assunto.

Exemplos de sentenças incoerentes:

  • A violência não é a saída, porque não podemos ser violentos.
  • O ser humano é ganancioso, só pensa em si e não divide nada com os demais.
  • O problema é que as pessoas não colocam a mão na consciência e não têm Jesus no coração.

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