Aceitação X Conformismo

Sempre aceitei a imagem que tenho de mim. Isso não quer dizer que eu sempre tenha me conformado com essa mesma imagem. Muitas pessoas tendem a refletir sobre como a vida pode ser diferente, ou sobre como pode fazer planos para mudar a própria história, entretanto deixam de fazer o básico: entender-se, para buscar mudanças.

Inicialmente, considero que a compreensão de quem se é passa por muito de uma análise interior, a qual deve ponderar sobre a própria trajetória. Há uma grande tendência ao vitimismo, porque é muito mais simples atribuir a outrem a responsabilidade de nossas escolhas; quero dizer que a saída mais fácil para não encarar a verdade é relegar a consciência do não fazer à força das contingências.

Cada indivíduo é plenamente a síntese daquilo que escolheu para si a partir do momento em que pôde começar a refletir a respeito da própria condição (se, em algum momento refletiu). Essa é a primeira constatação para aceitar quem você é. Isso significa compreender a sua responsabilidade como pessoa, como ser ativo em seu próprio mundo (ou passivo, a depender da situação).

Não se confunda o conformismo com a aceitação. Erro terrível! Conformar-se com qualquer situação é – em última instância – entender-se como um pobre coitado, um desafortunado, um alguém sem sorte, a quem a vida só fez injustiças. Ora, dizer que não é possível fazer da exceção a regra somente porque a maioria escolhe considerar a regra como algo imutável é atestar a descrença em qualquer capacidade pessoal de mudança.

Toda motivação deve vir de si, não de outrem. Palavras, talvez, possam ser a fagulha que deverá acender a chama da motivação interior – a qual deve incendiar a alma carente de quentura avivadora. Não busque suas razões em outra pessoa, em outro exemplo, em outras razões: as palavras podem ser colhidas por qualquer pomareiro sem boas intenções. Estórias podem ser escritas por pena alheia. Suas convicções, por outro lado, não podem aceitar outro pronome.

Em suma, aceitar-se é o fundamento para buscar qualquer horizonte, ou mesmo aquietar-se nas veredas do espírito. Busca a vitória? Em primeiro lugar vença o inimigo do desconhecimento interior. Depois, cerre os punhos e parta para a batalha no mundo!

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