O porquê das coisas!

 Guerreiros,
 Hoje vamos falar sobre um assunto interessante: o uso dos porquês! Tenho certeza de que você já viu uma série de dicas sobre como utilizar tais termos. Um é o da resposta, outro é o da pergunta e blá, blá, blá! Deixe de frescura! Você precisa aprender como analisar esses elementos morfologicamente! Assim você garante que vai acertar as questões. Vamos à teoria: 
1 – PORQUÊ (assim juntinho e com acento): esse cara é um substantivo, ou seja, antes dele você vai encontrar numerais, artigos, pronomes ou qualquer tipo de determinante. Veja um exemplo:
 Ex.: Eu sei o porquê de você fazer isso! (Veja que rola uma preposição ali!)
 Ex.: Os meus porquês são particulares! 
 Ex.: Enfie esse porquê naquele lugar!
2 – POR QUÊ (separado e com acento):  nesse caso, temos uma preposição (por) e um substantivo (quê – sim, quando ele tiver acento, será um substantivo). Usualmente, você há de encontrá-lo quando ele estiver se escorando em um sinal de pontuação. Aliás, mesmo que a preposição não seja “por”, o acento no “quê” ainda vai rolar.
 Ex.: Você está me olhando por quê?
 Ex.: Joana sente falta de quê?
3 – POR QUE (separado e sem acento): podemos ter dois casos. Em um, a classificação será de LOCUÇÃO ADVERBIAL DE INTERROGAÇÃO (essencialmente falando, essa locução se forma com uma preposição que acompanha um pronome interrogativo). Em outro, a classificação será de PREPOSIÇÃO + PRONOME RELATIVO. Vejamos:
 Caso 1:  
   – Por que Mariana não veio para a aula hoje?
   – Gostaria de saber por que você está falando essas besteiras. 
Caso 2: 
  – O motivo por que ela brigou com o chefe ninguém sabe. 
  – A janela por que foi jogado o copo é a da esquerda. 
4 – PORQUE (junto e sem acento): aqui temos três casos, essencialmente. A classificação pode ser: 
 – Conjunção Coordenativa Explicativa: 
     Traga um copo com água, porque a menina se engasgou. 
 – Conjunção Subordinativa Adverbial Causal:
     Porque eu não estudei, levei o maior ferro do mundo naquela prova. 
 – Conjunção Subordinativa Adverbial Final (com o sentido de “para que”):
     Reze porque o transporte chegue a tempo. 
Vamos ver como isso aparece em uma questão? Veja este exemplo retirado da banca CESGRANRIO: 
A expressão em destaque está grafada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

  • a) A internet, tal como a conhecemos, aberta, livre e democrática, é um fenômeno sem igual porquê é incontrolável.
  • b) As melhores universidades do mundo abrem as portas da excelência porque oferecem na rede cursos inteiros de graça.
  • c) Os professores que pesquisam os cursos a distância explicaram o por quê do sucesso atual da educação via internet.
  • d) Os cursos na internet começam a ter peso fora do mundo virtual por que várias instituições começaram a aceitar créditos conquistados on-line.
  • e) Porque a revolução da educação on-line de alto nível já se tornou, de fato, uma realidade em todo o mundo?
Resposta: B
Comentário: 
a) Deveria ser “porque” – uma conjunção subordinativa adverbial causal.
b) Correta – é uma conjunção subordinativa adverbial causal.
c) Deveria ser “porquê” – substantivo, pois está determinado pelo artigo “o”.
d) Deveria ser “porque” – uma conjunção subordinativa adverbial causal.
e) Deveria ser “Por que” – uma locução adverbial interrogativa. 
  Deixei de lado as especulações a respeito das derivações impróprias que as palavras podem ter. Espero que essa breve explicação possa ajudar vocês!
FORÇA, GUERREIROS!

15 comentários sobre “O porquê das coisas!

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